Saturday, December 01, 2007
PortusCalle| Dor Vintage (part 1)


Fic'áqui ao pé de mim, conta-me as coisas da gente. Faz teus sumários, enfim, oh nacional confidente. Mostr'Amália e Paredes como prova dormente. D'um sentimento de culpa abafado e latente. Mostra teu bravo povo que vive doente. Na evidência d'um Pai ausente, e que, mesmo assim abandonado, na morte s'espera crente.


Oh mãe vem cá ver
Que fizeram de mim
Já não sou eu quem canta
Meu fado chegou ao fim



Oh mãe de nós todos
Cessa a canção enfim
Já me esqueci do teu Deus
Teu Deus não se lembrou de mim



Eu sou quem sofre ao revés
Sou jovem d'alma pesada
Já quase doem os pés
Severa qu'espero a jornada


Oh mortos da tua terra, da cristandade alheios, ouvisseis vós meu choro, minh'alma de papel engelhado, ficaveis com este restolho, aliviaveis meu fardo. Conta-me dessa gente estranha, do xaile da tua mãe, que me doi a entranha, o peso de ser alguém.
Fala-me da tua terra, mas sem novos ideais, qu'a essência nunca muda, as chagas são imortais. Diz-me lá desse velório, declara morta a tradição, afirma esse pecado sem renascimento ou ressurreição. Assassinos ou salvadores?


Esa wrote on 11:11 AM.