Sunday, October 08, 2006
Soledad.

Nasceu. Fotografia: Família Lopez em alvoroço, Soledad era cabeluda (Saía ao pai. Não, não, era concerteza à mãe! À avó?). Havia baratas e cheirava a sangue, houve até quem a limpasse à bata. Cheiro pestilento, pessoas amarelas.
"Era mais uma tequilla, por favor." . Tequillas debruçadas no bar, pernas trémulas, enjoos de solidão, tragos forçados, copos cheios, copos vazios. Do bar à casa-de-banho são três apalpões, uma palmada no rabo, e quatro piropos iguais. Mãos calejadas, cansaço, provavel violação.. A bexiga aguenta.
Um bebé perfeito, de olhar esperto, com fome de mundo e de coisas. Saltou de colo em colo e não havia quem não lhe achasse graça.
Olha em volta, tenta descer a minuscula mini-saia que mal lhe cobre as nadegas, ganha coragem. Três apalpões, uma palmadinha e quatro, quatro piropos iguais. Um corredor.. Um homem apanha-a, joga, por fim, larga-a. Podia finalmente ir à casa-de-banho.
Foi quando entendeu que não sabia. Fotografia: No espelho sou de cabelo negro, forte de ondas, pesado, de cara boa, orgulhosa, seios redondos e espevitados, cinta desenhada... Não me sei sem espelho. Fugiu. Marco, sentado num banco de três pernas no meio da praça. Pintava teu rosto de cabelo negro emoldurado.
Mais Tequilla. Copos partem de tão bebedos. Ha ruido de bolas de bilhar que chocam e fumo de charuto barato. Acendem-se mil cigarros sem tertúlia. Houve dias para isso, é tarde. Ideais vendidos com o corpo. Não ha conversas, so monologos com audiencia. Chora-te a alma.
Marco levou-me nele. Fez-me arte. A arte consome-se até à vulgaridade, pobre de ti. Cheiro a lavanda e fizemos amor na tua rede. Tenho bixinhos a subirem-me pelas pernas... Riso. Fotografia: Marco estava de costas, pintava. Roubo essa tela para que não mais ela te roube de mim. Ha uma pessoa loira na tela. Fugi nua com a tua tela na mão. Rasguei-a em mil. Depois deixaste-me. Morta. Escreveu no Verão, "O sol não era o mesmo".
Mirava-te ha mais de duas horas(ele) , advinhava a tua liga. Quis levar-te a casa, mas tu não o quiseste. Não quero disto. Saíste do bar, finalmente, e sozinha. Tenho três furos nos collans. Gostava de me sentar no teu banco de três pernas, feia, assim. Fazias-me bonita, outra vez..


Esa wrote on 2:49 PM.